quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A carta de Paulo a Filemom

A Carta de Paulo a Filemom

Introdução

Esta carta do apóstolo Paulo tem muito a nos ensinar, pois demonstra como se estruturavam algumas relações sociais próprio à sociedade à época.
Através desta epístola é possível nos informarmos e compreender como o apóstolo se relacionava com os seus irmãos em Cristo, bem como nos apresenta um pouco da personalidade e das disposições íntimas do apóstolo dos gentios.
A carta foi endereçada a Filemom, um cooperador do apóstolo, e trata de um escravo fugitivo que se converteu a Cristo, Onésimo, que pertencia, por direito, a Filemom.


1  PAULO, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador, 2 e à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa:
O apóstolo Paulo apresenta-se ao destinatário da carta, o irmão Filemom, como prisioneiro de Cristo. Os remetentes da epístola são, respectivamente, o apóstolo Paulo e o irmão Timóteo.
O irmão Filemom é tido em boa conta, tanto pelo apóstolo Paulo, quanto por Timóteo. A carta também contempla como destinatários a irmã Áfia, o irmão Arquipo, um companheiro de batalha, e todos quantos se reuniam na casa de Filemom (igreja).
A apresentação do apóstolo dos gentios serve somente para identificá-lo como remetente da Epístola, pois é possível depreender da própria carta que Filemom e o apóstolo Paulo eram amigos de longa data ( Fm 1:21 -22).

3  Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
A saudação do apóstolo Paulo nesta carta segue o mesmo padrão das outras epístolas.
O apóstolo deseja que o favor imerecido de Deus, ou seja, a graça manifesta em Cristo, seja comum a todos.
De igual modo, ele desejou que a paz da parte de Deus, ou seja, a paz que excede todo entendimento, também fosse pertinente aos destinatários da carta, visto que, por meio dela, a inimizade que havia entre Deus e os homens foi desfeita.

4  Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações; 5  Ouvindo do teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo, e para com todos os santos;
O apóstolo Paulo sempre fazia menção do nome de Filemom em suas orações, e estava grato a Deus por ouvir acerca da confiança que Filemom deposita em Cristo, e do amor que ele dispensava a todos os cristãos (santos).
O agradecimento do apóstolo Paulo a Deus por Filemom é igual ao agradecimento que o apóstolo fez a Deus por causa da fé e do amor dos cristãos em Éfeso ( Ef 1:15 -16).

6  Para que a comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o bem que em vós há por Cristo Jesus.
O apóstolo Paulo compreendia que o amor que Filemom dispensava aos irmãos é um dos veículos de ‘comunicação’ mais eficiente na transmissão da verdade do evangelho.
Em nossos dias, muitos apostam no rádio, na televisão, na internet, em panfletos, etc., como sendo os veículos mais eficazes na comunicação da mensagem do evangelho. Mas, o apóstolo Paulo entendia que o amor demonstrado aos irmãos, além de ser o veículo de comunicação mais eficaz na propagação do evangelho, também demonstrava todo o bem que neles havia por ser uma nova criatura.

7  Tive grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó irmão, as entranhas dos santos foram recreadas.
O amor de Filemom era causa de alegria e consolação para o apóstolo Paulo, por dois motivos:
  • Saber que outros irmãos compartilham da mensagem do evangelho (fé) é consolo inefável "Isto é, para que juntamente convosco eu seja consolado pela fé mútua, assim vossa como minha" ( Rm 1:12 ; 1Ts 3:7 ), e;
  • Ter as necessidades supridas em momentos difíceis por irmãos em Cristo também promove consolo e alegria, visto que tais dádivas são provenientes do amor que alguns cristãos nutrem para com os santos.
Não podemos nos esquecer que a consolação dos irmãos em amor é refrigério para o tempo presente, mas, a consolação do Senhor proveniente da verdade do evangelho é eterna "E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança" ( 2Ts 2:16 ).
A ‘eterna consolação’ e a ‘boa esperança’ é o mesmo que a ‘mensagem do evangelho’, ou a ‘fé’ que uma vez foi dada aos santos ( Jd 1:3 ).


Relações Sociais

8  Por isso, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém, 9  Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.
Antes de enviar Onésimo, o apóstolo Paulo faz um pedido a Filemom. O pedido tem por base o amor que Filemom nutria pelos cristãos, e não a condição de apóstolo que Paulo possuía.
O apóstolo Paulo evoca a sua real condição: um velho, que naquele momento estava preso. Observe qual era a condição de um dos maiores apóstolos de Cristo, e compare com o que é alardeado por muitas igrejas em nossos dias.
O apóstolo confiava em Filemom para restituir o seu escravo, porém, achou por bem enviá-lo juntamente com uma missiva demonstrando a nova condição em Cristo de Onésimo.

10  Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões;
O pedido do apóstolo Paulo não era em seu próprio beneficio, antes tinha por alvo Onésimo, que embora era um dos seus filhos na fé, era escravo de Filemom.
Para Filemom, Onésimo era um escravo fujão, e para o apóstolo Paulo, um filho. O apóstolo declara que Onésimo é seu filho, que foi gerado em suas prisões.


11  O qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar.
Onésimo fugiu de Filemom e possivelmente acabou preso por algum motivo não expresso na carta, tendo se encontrado com o apóstolo Paulo na prisão.
O nome Onésimo significa ‘util’, e o apóstolo dos gentios faz um jogo de palavras: ‘inútil’ versos ‘útil’. Ora, outrora Onésimo como escravo foi inútil a Filemom, porém, agora estava sendo útil tanto ao apóstolo quanto a Filemom, por causa do seu trabalho em prol do evangelho de Cristo (v. 12).
Possivelmente Onésimo foi enviado a Filemom de posse desta carta, pois o apóstolo Paulo deixa claro na epístola que enviou Onésimo ainda no corpo da carta “Eu to tornei a enviar” ( v. 11).

12  E tu torna a recebê-lo como às minhas entranhas. 13  Eu bem o quisera conservar comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho;
Do mesmo modo que Onésimo foi enviado pelo apóstolo Paulo, um irmão em Cristo e companheiro na prisão, Filemom devia recebê-lo, não como um escravo, antes como sendo o próprio coração do apóstolo dos gentios.

Embora desejasse conservar Onésimo, o apóstolo Paulo restituiu o que pertencia por direito a Filemom. Em momento algum o apóstolo dos gentios se arroga no direito de ter o que pertencia a Filemom pelo fato de ser um dos apóstolos.

14  Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por força, mas, voluntário.
Embora fosse apóstolo de Cristo, Paulo nada fez sem a anuência de Filemom. Embora Onésimo prestasse serviço ao apóstolo em sua prisão, o apóstolo não quis forçar Filemom a deixar Onésimo com ele.
Em momento algum o apóstolo Paulo cobra pelo beneficio de ter anunciado evangelho ( 2Co 11:7 ).

15  Porque bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre, 16  Não já como servo, antes, mais do que servo, como irmão amado, particularmente de mim, e quanto mais de ti, assim na carne como no SENHOR?
O apóstolo Paulo enfatiza que a fuga de Onésimo foi providencial, uma vez que lhe trouxe a possibilidade de ter um encontro com Cristo.
As relações sociais à época eram fortes, com fulcro em questões legais. Onésimo e Filemom nem mesmo figuravam em pólos distintos nas relações sociais, uma vez que Filemom era proprietário, e Onésimo era considerado como sendo um objeto.
Contudo, por serem ambos cristãos, e cientes da nova condição em Cristo: servos de Deus e irmãos em Cristo, o apóstolo Paulo procura lembrar Filemom que considerasse Onésimo como irmão amado, e não somente como servo.
Observe que com relação à igreja de Cristo, o apóstolo Paulo demonstra que não há diferença entre os membros do corpo do Senhor "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" ( Gl 3:28 ), porém, o apóstolo Paulo não ergue uma bandeira ‘abolicionista’, antes conscientiza os servos a servirem aos seus senhores, como se servissem ao Senhor ( Cl 3:22 ; Ef 6:5 ).
Mas, o apóstolo Paulo também exorta que, caso fosse dado aos cristãos que eram escravos a oportunidade para serem livres, que aproveitassem a ocasião "Foste chamado sendo servo? não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião" ( 1Co 7:21 ).
Observe que o caso de Filemom e Onésimo é distinto do caso de outros servos à época, visto que neste caso em específico, o apóstolo dos gentios tinha amizade com Filemom, e nada fez por imposição (v. 14).
A parte final do verso parece destacar que Onésimo e Filemom eram provenientes de um mesmo povo, nação, ou etnia, pois ao dizer a Filemom que considerasse como irmão na carne e no Senhor “Não já como servo, antes, mais do que servo, como irmão amado, particularmente de mim, e quanto mais de ti, assim na carne como no SENHOR?” (v. 16 ).

17  Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. 18 E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.
O apóstolo Paulo invoca a amizade que possuíam para dar sustentação ao seu pedido. Se Filemom considerava o apóstolo dos gentios como seu companheiro, que recebesse Onésimo como se fosse o próprio apóstolo.
É evidente que só a fuga de um escravo já auferiu um prejuízo a Filemom, porém, o apóstolo quer pagar qualquer dano que fora causado pelo, agora, irmão Onésimo.

19 Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves. 20 Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor; recreia as minhas entranhas no Senhor.
O apóstolo Paulo apresenta a sua escrita de próprio punho como forma de autenticar a carta.
Embora apóstolo, Paulo não usou do seu ministério para defraudar o seu irmão em Cristo.
O apóstolo dos gentios esperava ter a oportunidade de poder pagar os prejuízos causados por Onésimo, embora se fosse pesar em uma balança, quem estava em débito com o apóstolo Paulo seria Filemom, uma vez que o apóstolo Paulo estava lhe enviando alguém com nova disposição.
Antes, Onésimo causava prejuízo, agora, por ter um encontro cm Cristo, Onésimo serviria o seu senhor como se estivesse prestando um serviço ao Senhor de sua alma. A dívida de Filemom não guarda qualquer relação com o fato de o apóstolo Paulo ter-lhe anunciado o engelho de Cristo "Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus" ( Cl 3:22 ).

21 Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que digo. 22 E juntamente prepara-me também pousada, porque espero que pelas vossas orações vos hei de ser concedido.
O apóstolo recomenda Onésimo a Filemom, porém, deixa a cargo de Filemom a decisão de como tratar o seu escravo, embora agora fosse seu irmão em Cristo.
Observe que o apóstolo Paulo não se intromete em questões de ordem sócio-cultural. Este não é o estandarte do evangelho de Cristo.
Soma-se ao pedido do apóstolo o desejo de visitar os irmãos, quando menciona a necessidade de preparar uma pousada. Ora, se os cristãos oravam esperançosos que o apóstolo Paulo fosse solto, que preparasse pousada.

23 Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus, 24 Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.
O apóstolo Paulo enumera alguns dos seus irmãos em Cristo que estavam em sua companhia e também estavam enviando uma saudação.
Dentre eles, o apóstolo Paulo destaca Epafras, um dos fiéis ministros de Cristo e conservo do apóstolo dos gentios ( Cl 1:7 ).
Dentre os cooperadores, temos Marcos, cujo nome era João ( At 12:25 ). Aristarco, um macedônico ( At 19:29 ). Demas, um dos que abandonaram o apóstolo Paulo ( 2Tm 4:10 ; Cl 4:14 ), e Lucas, o médico amado ( 2Tm 4:11 ).
No final da carreira do apóstolo Paulo, somente Lucas ficou com ele ( 2Tm 4:11 ).
Outro, que o apóstolo enumera entre os que mandaram saudação, e que é digno de destaque, refere-se a João Marcos, que outrora fora o motivo da contenda entre Paulo e Barnabé.
Observe que o apóstolo Paulo errou quanto à avaliação que fez de Marcos, visto que Barnabé aconselhou que o apóstolo Paulo levasse consigo Marcos, porém, o apóstolo negou-se a tê-lo em sua companhia preferindo Silas ( 2Tm 4:11 compare At 15:38 ).
No fim da carreira do apóstolo Paulo somente João Marcos ficou com ele, o que demonstra que o julgamento de Barnabé acerca de Marcos foi mais preciso, embora Marcos tivesse se afastado deles "Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério" ( 2Tm 4:11 ; Atos 15:37 -38).

25 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito. Amém.
O apóstolo Paulo despede-se do seu irmão em Cristo rogando que o favor imerecido de Deus (graça) em Cristo Jesus estivesse com Filemom.
Quando o apóstolo diz: ‘com o vosso espírito’, é uma referência ao homem em sua plenitude: corpo, alma e espírito.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Permanecei firmes em Cristo

Permanecei Firmes em Cristo

Paulo começou defendendo o evangelho e o seu próprio apostolado (capítulos 1 e 2). Então, ele ensinou que a justificação do pecado vem pela fé no evangelho, e não por guardar a lei de Moisés (capítulos 3 e 4). Agora, tendo apresentado o argumento que o cristão nasce à liberdade em Cristo e não à escravidão (4:21-31), ele encerra a carta com aplicações práticas da liberdade cristã (capítulos 5 e 6).


Liberdade em Cristo (5:1-12). Cristo libertou esses discípulos do rigor da lei mosaica, mas ainda corriam risco de voltar à escravidão (5:1). Paulo lhes avisou que, se eles se submetessem à lei (especificamente à circuncisão), não aproveitariam Cristo (5:2). Há dois motivos para isso. Primeiro, a pessoa é justificada pela lei somente se ela guardar “toda a lei” (5:3; veja Tiago 2:10). A circuncisão é o primeiro passo de uma lei que precisaria ser guardada inteiramente. Segundo, procurando a justificação pela lei nega a graça de Deus no sacrifício de Cristo (5:4-5). Cristo derramou seu sangue para a remissão dos pecados (veja Mateus 26:28 e Hebreus 9:11-15). As pessoas que respon-dem a esse sacrifício com fé ativa e amoro-sa são justificadas (5:5-6). Aqueles que procuram remissão dos pecados através de obras da lei decaem da graça (5:4).
Embora esses começaram na liberdade, estavam sendo impedidos de continuarem na verdade (5:7). Paulo os chamou na ver-dade, mas outros mudaram a mensagem (5:8). Mudando o evangelho sempre im-pede, ao invés de ajudar. Doutrinas falsas têm efeitos duradouros, e aqueles que as divulgam receberão punição justa (5:9-10; Tiago 3:1). Aqueles que ensinam que os cristãos precisam guardar alguma parte da lei de Moisés hoje “incitam à rebeldia” contra o evangelho de Deus (5:11-12).


Liberdade exige serviço (5:13-15). Embora há liberdade, em Cristo, da lei de Moisés, essa liberdade não quer dizer que estamos sem lei (veja 1 Coríntios 9:20-21; Tiago 1:22-25). A vida do cristão é uma de serviço ao Senhor e aos outros: a fé “atua pelo amor” (5:6,13). Esses irmãos foram divididos pelo ensinamento falso no meio deles e estavam atacando ao invés de servir um ao outro (5:15). No seu “zelo” pela lei, já estavam negligenciando a lei em que esperavam a salvação (5:14).


Andai no Espírito (5:16-26). O Espírito e a carne são inimigos naturais (5:17). Andando no Espírito excluirá, naturalmente, andando na carne (5:16). No contexto, andar no Espírito é a mesma coisa de ser “guiados pelo Espírito”. Não é alguma experiência mística no Espírito Santo, e sim, o andar claramente delineado em contraste com o andar da carne. Aqueles que continuam nas “obras da carne” (5:19-21) não são guiados pelo Espírito de Deus, e “não herdarão o reino de Deus” (5:21). Por outro lado, aqueles que cultivam “o fruto do Espírito”(5:22-23) não recebem nenhuma condenação pela lei; são justificados (5:23). O cristão cultiva fruto espiritual porque ele se crucifica com Cristo e vive como um ressurreto, no Espírito e não na carne (5:24-25; veja Romanos 6:1-14; Colossenses 2:11-12). Aquele que não crucificou a si mesmo ainda faz as obras da carne, tentando se exaltar por meios carnais (5:26).

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O pecado mais cometido nas igrejas

O PECADO MAIS COMETIDO HOJE NAS IGREJAS.

Primeiramente, pecamos na mente, depois os nossos membros completam o ato da maldade.
Tiago. 3:5 - Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
Se alguém não peca no falar é varão perfeito, quando falamos de perfeição o nosso pensamento nos leva à pessoa de Jesus, homem perfeito que nunca saiu de sua boca nem uma palavra de engano.
A palavra Maledicência: tem ação de maldizer; ato de difamação.
O apóstolo Paulo já combatia a maledicência entre os irmãos da igreja.
Colossenses– 3:5,6,7- Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria. Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.
Sede santos em todos os procedimentos, no corpo, na mente e na alma. (1Tessalonicenses. 5:23)
Pedro também faz menção à maledicência em sua primeira epístola, onde orienta a igreja sobre maldizer.
I Pedro- 2:1- DEIXANDO, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações.
Filipenses- 4:8 Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
Hoje a vida cristã, parece estar muito distante daquilo que Deus requer de cada um nós. A maioria admira Jesus, mas apenas admira. Assim como Nicodemos. Portanto, vamos colocar Cristo acima de nossa vontade, do nosso entendimento, e procuramos ser parecidos com Ele. A nossa maneira de pensar, de falar e de proceder tem que agradar a Ele; porque do contrário, estaremos pecando ao colocarmos a nossa vontade acima da vontade d’Ele.
I Coríntios- 6:9,10- Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
O Senhor Jesus faz uma declaração que deveria causar preocupação em todos aqueles que a ouvem, Ele declara que “daremos conta de tudo a respeito de cada palavra inútil que proferirmos, e que por elas seremos julgados”.( Mateus- 12:36-37 ).
Vamos evitar o pecado da maledicência, agradar ao Senhor, e, amarmos o nosso próximo!!
Deus abençoe a todos.

Você sabe a raíz dos seus problemas

VOCÊ SABE AS RAÍZES DOS SEUS PROBLEMAS?

Lide com essas raízes principais e os frutos delas também será solucionado. 10 Principais Raízes Ruins, Centenas de Frutos Ruins.
1° Ira
A raiva causa problemas de temperamento, destrói relacionamentos, toma a pessoa difícil de lidar (causando a solidão), agressividade, problemas de saúde relacionados ao stress.
2° Orgulho
Não deixa a pessoa reconhecer seus próprios erros, faz a pessoa teimosa, arrogante; ela não consegue pedir perdão, tem autoconfiança excessiva, afasta as amizades etc. Ninguém consegue tolerar o orgulhoso; ele acaba sozinho
3° Preguiça
Faz a pessoa ser desinteressada, relaxada, devagar; a pessoa costuma começar e não terminar; não é dedicada, zelosa, nem ativa no que faz; tende a aceitar as coisas como estão; muitos sofrem economicamente por causa da preguiça física e/ou mental
4° Avareza
O amor ao dinheiro e coisas materiais é mencionado na Bíblia como a “raiz de todos os males”. Os frutos dessa raiz incluem casamentos destruidos, mentiras, problemas com a justiça (até prisão), amizades desfeitas, rixas de família, pais muito ocupados com o trabalho para criaras filhos, ansiedade etc.
5° Inveja
Sentimento ruim pelo sucesso alheio; fofocas, mágoas, complexo de inferioridade, insegurança, baixa auto-estemas, inimizades etc.
6° Cobiça
Principalmente os apetites sexuais descontrolados – mas não limitado ao sexo. Pode Incluir qualquer desejo ardente por algo que normalmente não se deve ter; toda forma de abuso
7° Glutonaria
Na essência, é a falta de domínio próprio — raiz de todos os vícios e excessos.
8° Egoísmo
Gera individualismo, ingratidão, abusos, faz a pessoa ser indiferente às necessidades Das outras, egocêntrica
9° Medo
Gera a falta de atitudes, ciúmes, desconfiança, depressão, miséria econômica, procrastinação, timidez, dúvidas, pensamentos negativos etc.
10 Hipocrisia
O fingimento e falsidade que encobrem todas as demais raízes .Ela dá força à todas as demais raízes. Como a terra cobre e alimenta as raízes de uma árvore, assim a hipocrisia fortalece as raízes ruins na vida da pessoa.
DEUS ABENÇOE A TODOS

Resumo sobre Habacuque

Por Que, Senhor ...?

Habacuque Questiona a Justiça de Deus
Vivemos num mundo violento, cheio de injustiça. Os jornais trazem notícias diárias de assaltos, assassinatos, atentados e ataques. Acreditamos que Deus domina tudo (Daniel 4:32), mas achamos difícil compreender a maldade que nos cerca. Pessoas inocentes são vítimas da crueldade de outros. Nações entram em conflitos uma contra outra. Olhamos para Deus com uma única pergunta: "Por que o Senhor permite tal violência e injustiça?"
O profeta Habacuque viveu, provavelmente, uns 600 anos antes de Cristo, na terra de Judá. O pequeno livro dele relata uma discussão entre o profeta e o próprio Deus. Habacuque pergunta e Deus responde. Habacuque se sente alarmado pela resposta de Deus e faz uma segunda pergunta. Deus responde de novo, e Habacuque aceita, humildemente, a réplica do Senhor, dando louvor a ele num cântico de adoração. Habacuque faz a pergunta que nós gostaríamos de fazer, e recebe a resposta com a atitude que devemos mostrar. Leia o livro de Habacuque, e observe os pontos principais da conversa.

Habacuque: Até quando, Senhor? (1:1-4)
Habacuque começa seu livro com uma série de perguntas: "Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que me mostras a iniqüidade e me fazes ver a opressão?" (1:2-3). Habacuque viu a violência de Jerusalém e a injustiça de seus líderes, e não entendeu a tolerância do Senhor. Nós, que moramos hoje em grandes capitais como São Paulo, poderíamos fazer a mesma pergunta, "porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida" (1:4). O profeta pediu justiça. Ele queria livramento divino para proteger os inocentes e castigar os malfeitores.

Deus: Trarei destruição (1:5-11)
Deus respondeu ao pedido de Habacuque, concordando plenamente com sua queixa. O povo violento e injusto merecia o castigo, e Deus o traria logo. Ele prometeu a justiça naquela geração. Mas, o instrumento da ira divina seria o povo caldeu, ou seja, os babilônios. Deus descreveu este povo forte e cruel. Disse que os caldeus faziam suas próprias leis (não respeitando a autoridade de ninguém), destruindo seus inimigos e adorando seu próprio poder como se fosse um deus.

Habacuque: Assim, não! (1:12-17)
Quando ele ouviu a resposta de Deus, Habacuque ficou apavorado. Podemos entender a reação dele, pensando em nossa circunstância atual. Imagine pedindo a justiça de Deus contra os malfeitores da sua cidade e ouvindo tal resposta assustadora. Deus chamaria um povo cruel e forte para destruir a cidade! Quando Habacuque pediu justiça, ele não imaginou medidas tão drásticas. Ele questionou este plano de Deus, utilizando uma série de argumentos. Leia este trecho cuidadosamente e considere as implicações de seus pontos principais, baseados no caráter de Deus:
Œ O Deus eterno não pode destruir seu povo escolhido: "Não morreremos".
 O Deus santo não pode contemplar o mal e a opressão: "Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar".
Ž Como é que o Deus justo usaria um povo ímpio (Babilônia) para castigar um povo relativamente mais justo (Judá)?: "Por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?"
 Como é que o Deus piedoso permitiria que o inimigo cruel alimentasse seu desejo de matar?: "A todos levanta o inimigo como o anzol, pesca-os de arrastão e os ajunta na sua rede varredoura; por isso, ele se alegra e se regozija.... Acaso, continuará, por isso, esvaziando a sua rede e matando sem piedade os povos?"
 Como o Deus verdadeiro pode usar um povo que adora seu próprio poder militar?: "Por isso, oferece sacrifício à sua rede e queima incenso à sua varredoura; porque por elas enriqueceu a sua porção".

Habacuque: Esperando a resposta de Deus (2:1)
Depois de fazer suas perguntas, Habacuque mostrou uma atitude admirável. Ele disse: "Por-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu teria à minha queixa." Habacuque questionou porque ele não compreendia os planos de Deus, mas ele mostrou reverência para com o Senhor. Ele não apontou o dedo de acusação para criticar as decisões de Deus. Aqui, aprendemos uma lição valiosa. Podemos perguntar, mas o homem jamais tem direito de contrariar a sabedoria de Deus. Habacuque não entendia e, por esse motivo, perguntou. Mas, ele não demonstrou a arrogância de algumas pessoas que se acham mais sábias que o próprio Deus. Ele não julgou a decisão de Deus. Habacuque simplesmente aguardou a resposta.

Deus: Motivos para castigar os caldeus (2:2-19)
Na primeira resposta, Deus prometeu trazer um povo cruel e violento (os caldeus ou babilônios) contra Judá. Mesmo assim, ele conheceu os pecados dos caldeus e traria castigo sobre eles. Os motivos dados aqui servem de advertência para todas as nações, inclusive as modernas. Deus preparou o castigo da Babilônia por estas razões:
Œ Acumular bens de outros (2:6-8). Pelas práticas desonestas e violentas, os caldeus acumularam bens que não pertenciam a eles. Tanto nações como indivíduos devem adquirir os seus bens por maneiras honestas. Deus castigará as pessoas e os povos que roubam e que não pagam as suas dívidas.
Confiar nas fortalezas humanas (2:9-11). Os caldeus usaram a riqueza conquistada em guerras para fortalecer sua própria nação. Colocaram seu "ninho" em lugar alto, achando que nenhum inimigo teria condições de invadi-lo. Até hoje, as nações se enganam da mesma maneira. Confiam nos seus sistemas de defesa e na força militar enquanto esquecem do princípio revelado por Deus há muitos séculos: "A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos" (Provérbios 14:34).
Ž  Edificar a cidade com sangue e iniqüidade (2:12-14). Os babilônios, como muitos outros impérios, construiram com violência e opressão. Deus nunca aprovou a maldade de homens que procuram levar vantagem sobre outros. Os mais fortes devem proteger os mais fracos, ao invés de abusar deles. Os mais ricos devem ajudar os mais pobres, e não explorá-los.
 Envolver outros no pecado (2:15-17). A Babilônia induziu outros países a participar de seus pecados. A imagem que o profeta usa aqui é de uma tática bem conhecida. Quando as filhas de Ló queriam induzir o pai a deitar com elas, deram-lhe vinho (Gênesis 19:30-38). Quando Davi queria convencer Urias a voltar para a casa dele, ele lhe deu bebida forte (2 Samuel 11:13). Deus prometer inverter a situação. Ele mesmo daria para Babilônia o cálice da ira dele.
 Praticar idolatria. Nas sentenças contra povos na Bíblia, encontramos diversos pecados que merecem a punição. Nenhum desses pecados é mais abominável ao Senhor do que a idolatria. A idolatria envolve uma rejeição total e insensata do Criador. Rejeição total porque o único verdadeiro Deus é substituido por um ou mais falsos deuses. Deus, nesse segundo discurso a Habacuque, destaca a insensatez da idolatria. Deus zomba dos ídolos e de seus seguidores, mostrando que é absolutamente absurdo adorar uma imagem. Observe os argumentos dele: Î O ídolo é uma obra de mãos humanas que se torna maior do que seu criador. O homem faz uma imagem e confia nela! Ï O ídolo é totalmente impotente. Não fala, não se mexe, não ensina e nem respira. Paulo resumiu o argumento, alguns séculos depois, quando disse: "...sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus" (1 Coríntios 8:4).
Por todos esses motivos, Deus pretendia castigar os caldeus. Eles serviriam, primeiro, de instrumento dele para punir o povo de Judá. Mas, menos de 50 anos depois da destruição de Jerusalém por mãos babilônicas, o império da Babilônia caiu. Deus, na hora que ele determinou, trouxe a justiça sobre esse povo ímpio.

Habacuque: O servo diante do Deus santo (2:20 - 3:19)
Em contraste com os falsos deuses feitos por mão humanas, "O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra" (2:20). Habacuque ouviu a segunda resposta de Deus é se sentiu "alarmado"(3:2). Ele não questionou mais. O capítulo 3 é um cântico de louvor, no qual o profeta reconhece a sabedoria, a justiça e o poder de Deus e se mostra absolutamente submisso a ele. Observe, na sua leitura do capítulo, os seguintes pontos: Œ Habacuque pede misericórdia (3:2). Ele sabe que Deus age em justiça, mas ele também conta com a piedade do Senhor.  O profeta louva a Deus, dando glória pelo poder e pela sabedoria dele. Ž  Ele destaca o poder divino, reconhecendo que Deus usa sua grande força para aplicar justiça.  Habacuque vê Deus como muito maior do que o universo e, obviamente, muito superior aos inimigos humanos que ameaçam os justos. O profeta se sente fraco, suportando a grandeza da revelação com grande dificuldade.  Habacuque deposita sua plena confiança no Senhor, dizendo que continuará louvando a ele, mesmo se não sobrar nada para sua alimentação.

Conclusão: A mensagem consoladora (3:18-19)
Habacuque começou o livro tentando entender o que Deus faz, e o terminou sem compreender, totalmente, a justiça e a sabedoria de Deus. Mas, ele aprendeu o mais importante, a mensagem que nos sustenta no meio de angústias: Não precisamos compreender tudo que Deus faz, mas precisamos saber que é Deus que faz!
-por Dennis AllanD93

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Chamados segundo o seu propósito

Chamados Segundo o Seu Propósito
por
John Piper


(Sermão pregado em 13 de outubro de 1985)
Romanos 8:28-30
Romanos 8 é um dos capítulos mais sangrentos do Novo Testamento. Veja os versículos 35 e 36:
“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: ‘Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro'”.
Porém, sobre esta violenta pintura da vida cristã, Paulo escreve a palavra ESPERANÇA com um grande pincel vermelho. Por exemplo, no verso 37, ele exclama: “Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores”. Não apenas vencedores, mas mais que vencedores! Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada não são apenas vencidos; são mais que vencidos: se tornam servos para nosso bem.
Este é o significado do aclamado versículo 28: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito”. As versões diferem um pouco aqui. A NTLH diz: “Pois sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano” . E a “Revista e Atualizada” diz: ”Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Para o meu estudo, estou inclinado a ler a KJV (N.T.: King James Version) como a mais fiel ao palavreado original de Paulo. Mas a diferença não é tão grande que você tenha de aceitar minha palavra para o que digo. Todas as versões significam basicamente que Deus está tão soberanamente no controle do mundo que todas as coisas que acontecem aos cristãos são ordenadas de tal forma que elas servem ao nosso bem. Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada – todas trabalham juntas para o bem dos que amam a Deus.
Então a rude esperança do crente não é que nós escaparemos da angústia ou do perigo, ou fome, ou de um massacre, mas que o Deus Todo-Poderoso fará cada uma de nossas agonias um instrumento de Sua misericórdia para o nosso bem. “Vocês planejaram o mal contra mim”, José disse a seus irmãos que o tinham vendido como escravo, “mas Deus o tornou em bem”. É assim também com toda calamidade que acontece àqueles que amam a Deus. Deus a torna em bem.
Seis quarteirões a oeste daqui, na 7th Street, um alicerce está sendo escavado para um novo prédio. Uma gigante cavadeira mecanizada fica no centro do terreno, arrancando fora toda a sujeira e lançando em caminhões de lixo que a transportam para longe. Observando da borda, eu estimo que o buraco já tem 5 ou 6 andares de profundidade. O que nós podemos inferir disso? Eu deduziria que alguma coisa muito grande será assentada no terreno, já que um alicerce muito profundo está sendo cavado. Quanto maior o prédio, de maior alicerce ele precisará.
Quando se trata da arquitetura de promessas, não existe um prédio maior que Romanos 8:28. A estrutura é absolutamente assombrosa em seu tamanho. É grandiosa. É infinitamente sábio, infinitamente poderoso Deus se comprometer a fazer todas as coisas benéficas para seu povo. Não apenas coisas boas, mas coisas horríveis, como tribulação, angústia, perigo e morte. Que tijolo você colocaria no topo desta promessa arranha-céu para fazê-la mais alta? “Todas as coisas” significa todas as coisas.
Se você vive debaixo desta promessa grandiosa, sua vida é tão sólida quanto uma rocha. Nada pode levá-lo além das paredes de Romanos 8:28. Do lado de fora desta promessa tudo é confusão, ansiedade, medo, incerteza, abrigos inúteis de drogas anestésicas, o chão perigoso de planos de aposentadoria, fraquíssimas forticações de mísseis antibélicos e uma centena de substitutos para Romanos 8:28.
Uma vez que você entra pela porta da grandiosa e inabalável estrutura de Romanos 8:28, tudo muda. O que vem em sua vida é estabilidade, força e liberdade. Você simplesmente não pode ir além disso. A confiança num Deus soberano que governa para nosso bem toda a dor e todo o prazer que iremos experimentar nos dá refúgio, segurança e poder absolutamente incomparáveis em nossas vidas. Nenhuma promessa em todo mundo supera a altura, a largura e o peso de Romanos 8:28.
Conseqüentemente, a base dessa estrutura grandiosa deve ser extraordinariamente profunda e poderosa. É claro que é. E é sobre isto que nossa série de quatro semanas tratará. O versículo 29 começa com “porque”. Isto significa que a base, o alicerce, o fundamento desta grandiosa estrutura em Romanos 8:28 é o que segue. E não deveríamos nos supreender que haja uma fantástica fundação para suportar uma fantástica promessa.
Meu objetivo nestas quatro semanas é guiar você através da fundação da promessa de Romanos 8:28. Minha oração é que sua confiança nesta promessa cresça e que estabilidade, força, liberdade, esperança e alegria renovadas em sua vida sejam provas vivas para o mundo de que nosso Deus reina. A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus. Nós lutamos para nossa fé ser cada vez mais forte. Conseqüentemente, isto nos leva a dar atenção verdadeira à Palavra de Deus.
Então, eu entendo que o versículo 28 contém uma promessa (todas as coisas cooperam para o bem) e duas descrições dos beneficiados por ela (aqueles que amam a Deus e aqueles que são chamados segundo Seu propósito). Ao descrever os beneficiados pela promessa, Paulo nos dá uma pequena prévia do profundo alicerce que ele desenvolverá nos versículos 29 e 30.
Especialmente quando ele diz que os beneficiados são os “chamados segundo o propósito de Deus”, Paulo aponta para os versos 29 e 30 mais adiante. O versículo 29 é uma explicação do “propósito de Deus” (“Porque os que conheceu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”). E o versículo 30 desenvolve as implicações do “chamados” no versículo 28 (“aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou”).
Então meu plano é devotar a mensagem desta manhã a Romanos 8:28 e sua fundação resumida, e à noite me dedicarei às lições do versículo 29. Nas três semanas seguintes, manhã e noite, no versículo 30.
A questão que nós abrimos no versículo 28 é: Quem são os beneficiados por esta promessa grandiosa? Quem pode ter certeza de que todas as dores em sua vida são realmente uma sábia e boa terapia de um Deus soberano para trazer o bem?
Paulo dá duas respostas. Ou ele descreve de dois modos uma única resposta. Ele define os beneficiados da promessa primeiro pelo que eles fazem em favor de Deus, e segundo pelo que Deus fez em favor deles. Os beneficiados pela promessa são as pessoas que amam a Deus. Este é o primeiro e grande mandamento, que você ame o Senhor, seu Deus. Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam.
Então, em segundo lugar, Paulo descreve os beneficiados pela promessa como “aqueles que são chamados segundo Seu propósito”. Qual o sentido de dizer que, além de amarem ao Senhor, estas pessoas também são “chamadas segundo o propósito de Deus”? Para responder esta questão, vamos analisar duas passagens em que Paulo cita o chamado de Deus e duas em que ele refere-se ao propósito de Deus.
A pista mais próxima sobre o significado dos “chamados” no verso 28 é o verso 30, em que Paulo diz: “aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou”. O que aprendemos neste verso é que Deus justifica todo aquele que Ele chama. Ele os perdoa. Ele esquece suas dívidas. Ele os trata como retos. Eles são Seus filhos. “Aos que chamou, a estes também justificou”.
Isto significa que o chamado referido aqui não é o chamado geral que se dá a todo homem pela pregação do evangelho. Se fosse assim, todo aquele que ouvisse o evangelho seria justificado. Porque o verso 30 diz “aos que chamou, a estes também justificou”. Se todo mundo que ouve Billy Graham os chamando para Cristo pela televisão é “chamado”, no sentido de Romanos 8:30, então todos também estão justificados. Mas Paulo claramente ensina que nem todos os chamados no sentido geral são justificados. “Nós somos justificados pela fé!” (Romanos 5:1). Nem todo aquele que é chamado no sentido geral tem fé e, conseqüentemente, nem todos são justificados. Mais ainda, Paulo diz “aqueles que são chamados SÃO justificados”.
Paulo nos explica isto em 1 Coríntios 1:23-24: “ 23 Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos,  24 mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, é sabedoria de Deus”. Observe cuidadosamente que Paulo prega Cristo para os judeus e para os gentios sem discriminação. Neste sentido, todos são chamados. Mas este não é o sentido que Paulo usa para a palavra. Ele diz que entre aqueles que ouviram o chamado geral, existem aqueles que são os “chamados”. E a diferença é que aqueles que são chamados no sentido deste trecho param de considerar Cristo como um escândalo ou loucura. Em lugar disso, eles o consideram o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Verso 24: mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, Cristo se torna poder de Deus e sabedoria de Deus.
Portanto, Paulo ensina que, quando o evangelho é pregado, Deus chama alguns tão poderosamente que seus corações e mentes são mudados em relação a Jesus Cristo, e eles O abraçam em fé e amor. Por isso Paulo pode dizer em Romanos 8:30 que “aqueles que são chamados são justificados”, ainda que a justificação só venha pela fé – o chamado de Deus produz fé; abre os olhos dos cegos para que possam ver que Jesus é sabedoria e poder de Deus.
O chamado de Deus que Paulo tem em mente não é como chamar um cachorro: “Aqui, Rex! Aqui! Vem cá, garoto!”. Rex pode ou não vir. O chamado de Deus é como o chamado de Jesus para o cadáver de Lázaro: “Lázaro, vem para fora!”. O chamado contém o poder de produzir o que ele ordena. É um chamado eficaz. Por isso Paulo pode dizer em Romanos 8:30 que todos “que chamou, também justificou”. A certeza de sua justificação está no fato de que a fé pela qual os homens são justificados é produzida pelo chamado eficaz de Deus.
Assim, quando Romanos 8:28 diz “Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito”, isto quer dizer que os beneficiados desta promessa grandiosa são aqueles que uma vez não amavam a Deus, mas agora amam. E o fazem porque, de forma eficaz, o Deus os chamou das trevas para a luz, da descrença para fé, da morte para a vida, e plantou em seus corações amor por Ele. O chamado eficaz de Deus é o novo cumprimento completo da aliança de Deuteronômio 30:6 – “Também o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, a fim de que ames ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas”.
A razão pela qual os beneficiados de Romanos 8:28 podem ter certeza de que Deus certamente irá cumprir sua promessa a eles é que o próprio Senhor os chamou irresistivelmente para sua aliança e os capacitou para cumprí-la. Uma coisa é Deus enviar uma mala-direta endereçada “a quem possa interessar” convidando todos para o banquete em que todas as coisas cooperam para o bem. Mas outra, totalmente diferente, seria se Deus dirigisse até sua porta, caminhasse, pegasse você, lhe colocasse no carro, dirigisse até o banquete de Romanos 8:28, desse vestes de amor apropriadas para o jantar e assentasse você à destra de seu Filho. Não seria uma iniciativa pessoal de Deus, como no segundo caso, que daria uma confiança muito mais profunda de que Ele realmente pretende conquistar você com misericórdia todos os dias e fazer tudo cooperar para seu bem?
Nós negamos esta profunda e maravilhosa segurança quando não abraçamos a doutrina da soberania divina, do chamado eficaz. Há um poder que chega à vida de um cristão quando ele sabe como veio a ser beneficiado por esta promessa incomparável. E como se não fosse o bastante para nos assegurar que nos tornamos beneficiados pelo chamado eficaz de Deus, Paulo adiciona as palavras “segundo seu propósito”. Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu próposito.
Qual o motivo de Paulo adicionar este complemento “segundo seu propósito”? Eu acredito que foi para tornar perfeitamente claro e certo que o chamado de Deus se origina em Seu propósito e não no nosso. O chamado de Deus não é uma resposta a algo que nós prometemos fazer. Deus tem Seus próprios propósitos, altos e sagrados, que governam aqueles que Ele chama, e Seu chamado concorda com estes propósitos, não com os nossos. Ele não dirigiu até minha porta, me pegou, e me levou ao banquete porque eu concordei com meu propósito de salvação, mas porque concordou com o dEle. Se ele estivesse esperando eu ter o propósito de ser salvo, eu ainda estaria assistindo televisão em casa.
Nós podemos ver a força desse pequeno trecho (“segundo seu propósito”) se olharmos outro lugar em Romanos onde o termo aparece, a saber, Romanos 9:11. No contexto Paulo está tentando mostrar que nem todos os israelitas são verdadeiros israelitas (versículo 6), nem todos são filhos de Abraão só porque descendem dele (v. 7) e a diferença se um é um verdadeiro israelita ou verdadeiro filho de Abraão depende do propósito e chamado de Deus, e não do homem. Observe os versos 10 a 12:
“E não somente isso, mas também a Rebeca, que havia concebido de um, de Isaque, nosso pai    11 (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),  12 foi-lhe dito: O maior servirá o menor”. 
O motivo desta passagem é ilustrar pelo exemplo de Esaú e Jacó (os filhos gêmeos de Rebeca) a natureza do chamado de Deus. Jacó e Esaú estavam no mesmo útero. Eles tinham o mesmo pai. Eles não tinham feito nada bom ou mau. E Deus concedeu seu favor a Jacó, e não a Esaú. Por quê? Por que não esperar que eles crescecem e tivessem uma chance de mostrar qual dos dois teria méritos que o fariam justo diante de Deus, para então chamar um e outro não? Porque Deus revelou sua escolha antes mesmo de eles nascerem?
Versículo 11 dá a resposta, e usa muito das palavras de Romanos 8:28. “Para que o PROPÓSITO de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que CHAMA”. O chamado incondicional de Deus é livre de quaisquer méritos humanos, é o meio pelo qual Deus mantém seu propósito eletivo. Se Ele não chamasse os homens ignorando seus méritos, mas o fizesse baseado nisto, então o propósito divino da eleição caíria por terra.
Deus seria como um candidato político procurando votos, indo de eleitor a eleitor para ver se ele poderia ser eleito Senhor. Deus proporia, mas o homem decidiria. O tamanho da base política de Deus estaria dependendo, no fim, do voto do homem. O sucesso das missões cristãs, e a possibilidade de converter toda tribo, raça, língua e nação seria definido pelo voto humano.
Mas o apóstolo Paulo nada disse de um Deus assim. Ao contrário, ele diz que Deus favoreceu a Jacó e não Esaú antes de eles nascerem para que o SEU propósito segundo a eleição permanecesse firme, não por causa de suas obras, mas somente baseado em Seu chamado – o chamado segundo Seu propósito de eleição.
O que é, então, o alicerce de Romanos 8:28? Como aqueles que amam a Deus terão certeza de que tribulação, angústia, fome, nudez, perigo, espada ou morte irão de fato cooperar para o seu bem? A resposta é que aqueles que amam a Deus também são aqueles que foram chamados por Deus, e este chamado não é baseado em algo vacilante e incerto como meu comprometimento com Deus, mas somente em seu propósito eterno de eleição; propósito pelo qual Ele me concedeu graça sem levar em conta qualquer ação minha.
Nossa confiança de que todas as amargas e felizes coisas em nossa vida irão se tornar servos do nosso bem não é baseada simplesmente no fato de que há uma promessa na Bíblia. Mas também se baseia no fato de que, desde a eternidade, Deus, em Sua grande misericórdia nos escolheu para aproveitar Seu banquete e nos deu evidência de nossa eleição por chamar-nos para termos um coração (não de pedra!) que ama a Deus.
“Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito”.
Amém.

Traduzido por: Josaías Cardoso Ribeiro Jr.